Menino de Iracema
Aqueles olhos, tão baixos e desnudos
Os pezinhos
Sujos de tanto buscar
O centavo do pão
Para se alimentar!
A mãozinha, pequenina
Pede por vós, pede por paz
E o rosto pequeno
Só queria sonhar
Só queria um lar
A sociedade o rejeita, pois não quer
Abrir os olhos
A ambição e o egoísmo
São a sua munição
E assim o Menino de Iracema
Vive como se numa prisão
Prisão da fome
Do frio
Da falta de amor
Da falta de carinho
Seguindo a Rua de Iracema
Numa direção incerta
Numa vida incorreta
Que felicidade é essa?
Não posso rir e achar
Que esta tudo bem
Até a poesia
Acabou numa frase fria.
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